O Cenário preocupante do Futebol Brasileiro em 2024: Um Ano de Constantes Trocas

O futebol brasileiro em 2024 enfrenta desafios profundos, e entre os maiores está a constante troca de treinadores, que tem impactado diretamente a qualidade do nosso esporte. Essa prática de substituição frequente, além de comprometer a construção de equipes coesas e bem treinadas, revela a falta de planejamento a longo prazo e de profissionalismo na gestão dos clubes. A mudança constante no comando técnico não só reflete a instabilidade esportiva, mas também demonstra a falta de preparo dos dirigentes brasileiros e a ausência de uma visão estratégica clara. No Brasil, o imediatismo continua ditando o ritmo das decisões nas principais equipes. Pressionados por resultados rápidos, dirigentes muitas vezes optam pela demissão de treinadores como a primeira solução para crises de desempenho, sem considerar as consequências para o desenvolvimento técnico e financeiro dos clubes. Em 2024, essa prática tornou-se ainda mais alarmante, com vários clubes da Série A, B, C e D do considerado “Brasileirão” ou Brasileirinho, realizando múltiplas trocas de técnicos ao longo de uma única temporada. O Cenário em 2024: Um Ano de Constantes Trocas Até o momento, diversos clubes brasileiros já mudaram de treinador mais de uma vez durante a temporada de 2024, o que expõe a fragilidade de suas gestões e a falta de confiança em projetos de longo prazo. Um dos casos mais emblemáticos é o do Clube Atlético Paranaense, que, pela quarta vez em 2024, trocou de comando técnico, evidenciando o desespero por resultados imediatos e a incapacidade ou “expertise” do “presidente” em dar continuidade a um projeto sólido. Além do Atlético Paranaense, ilustra a falta de planejamento dos dirigentes e o impacto negativo que isso traz ao futebol brasileiro. Quando um treinador é demitido, interrompe-se todo um processo de adaptação dos jogadores a um novo modelo de jogo, à filosofia de trabalho e às rotinas de treinamento. A cada nova contratação, exige-se um tempo considerável para que o time assimile novas ideias, o que frequentemente resulta em uma queda de desempenho e na perda de pontos preciosos no campeonato. Podemos analisar que a grande maioria de profissionais que estiveram sob o comando do Presidente do CAP, também tiveram péssimas lembranças e acredito que foram desmoralizados e outros também foram coniventes ao “sistema” do Presidente. Impacto na Qualidade do Futebol A troca constante de treinadores tem um efeito devastador na qualidade do futebol brasileiro. Jogadores precisam lidar com diferentes estilos de jogo e instruções conflitantes, o que pode levar à falta de consistência tática e de desempenho. Além disso, o futebol, que deveria ser um processo de evolução coletiva e crescimento técnico, se transforma em um ciclo de instabilidade e incerteza, onde os jogadores não têm tempo suficiente para assimilar as ideias de um treinador antes que outro chegue com uma nova abordagem. Além disso, essa prática prejudica o desenvolvimento de talentos. Nas categorias de base, onde a continuidade do trabalho é essencial para a formação de jogadores completos, a falta de uma filosofia coesa no time principal afeta diretamente a transição dos jovens atletas para o profissional. Sem uma estrutura clara e um caminho bem definido, o desenvolvimento dos jogadores se torna fragmentado, o que afeta diretamente o nível técnico do futebol brasileiro em competições nacionais e internacionais. O Papel dos Dirigentes: Falta de Planejamento e Responsabilidade Fiscal Essa realidade também expõe a falta de profissionalismo dos dirigentes no Brasil, que parecem mais preocupados em encontrar soluções imediatas para problemas pontuais do que em construir um projeto sustentável de longo prazo. Muitos clubes ainda são geridos por pessoas que não possuem a qualificação necessária para lidar com as complexidades que o futebol moderno exige, como a gestão de recursos financeiros, o planejamento técnico e o desenvolvimento de jogadores. Além de prejudicar o futebol dentro de campo, a troca constante de treinadores também gera um impacto financeiro significativo nos clubes. Cada rescisão contratual envolve altos custos, que, somados à contratação de novos profissionais, sobrecarregam as finanças já fragilizadas de muitos times brasileiros. Esse cenário revela a falta de responsabilidade fiscal dos dirigentes, que, ao invés de adotarem uma abordagem mais cautelosa e planejada, continuam a adotar práticas financeiras insustentáveis, muitas vezes comprometendo o futuro dos clubes. A ausência de um planejamento adequado gera ciclos de endividamento que impactam negativamente na capacidade dos clubes de investirem em infraestrutura, categorias de base e, sobretudo, na contratação e retenção de jogadores de qualidade. Um Caminho Para a Profissionalização (Novamente falaremos de Profissionalização) Se o Brasil deseja retomar seu protagonismo no cenário mundial, é necessário repensar a forma como o futebol é gerido. A capacitação de dirigentes e a profissionalização da administração dos clubes são essenciais para que o futebol brasileiro volte a ser competitivo em nível global. Além disso, é fundamental que os clubes passem a valorizar projetos de longo prazo, investindo no desenvolvimento de treinadores e oferecendo-lhes condições de trabalho para implementar suas filosofias e metodologias de jogo. A responsabilidade fiscal também precisa ser uma prioridade. Sem uma gestão financeira equilibrada e transparente, os clubes continuarão a enfrentar crises financeiras que afetam diretamente o desempenho esportivo. O uso consciente dos recursos e o respeito aos compromissos financeiros são fundamentais para garantir a sustentabilidade dos times e, consequentemente, a melhoria da qualidade do futebol. A troca constante de treinadores no futebol brasileiro em 2024 é sintomática de uma gestão ineficaz e de uma cultura que privilegia o imediatismo em detrimento de projetos sólidos e sustentáveis. Para que o futebol brasileiro volte a ser referência mundial, é necessário que os clubes invistam em dirigentes capacitados, priorizem a continuidade no trabalho dos treinadores e adotem uma postura fiscalmente responsável. Somente com essa mudança de mentalidade será possível melhorar a qualidade do futebol jogado no Brasil, formar jogadores mais preparados e competitivos, e colocar os clubes brasileiros novamente entre os grandes do futebol mundial. A mudança começa no topo, e é fundamental que os dirigentes estejam à altura das responsabilidades que assumem ao comandar um clube de futebol. Edson de Aguiar – Eagle Soccer Academy Technical Director

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